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segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Bolsa Rota: você já ouviu falar?

Bom, não poderia começar a compartilhar meus conhecimentos sem alertar às futuras mamães sobre esse perigo na gravidez.
A Allice nasceu com 35 semanas, por complicações na gravidez causadas por Bolsa Rota, que até então era desconhecida por mim e muitos em minha volta.
O que é bolsa rota e como identificá-la?
"Na gravidez o feto fica envolvido em uma membrana dentro do útero, que contém um líquido produzido pelo corpo da mãe, esse líquido protege o bebê de impactos e possíveis problemas com infecção e é nele que o bebê cresce e se desenvolve com a nutrição da placenta. Quando essa membrana se rompe sem que seja por completo, é que ocorre a bolsa rota. A bolsa rota é em muitos casos sorrateira. Ela pode deixar escapar todo o liquido amniótico sem que a mulher perceba que esse é o motivo de tanta umidade vaginal. Muitas vezes a mamãe de primeira viagem pode se queixar para o obstetra, e ele dizer que é normal essa umidade, porém é necessário que se investigue, em caso de ser elevada a ponto de molhar a roupa como era o meu caso. A bolsa rota pode facilitar a penetração de bactérias que são a causa de infecções no feto e consequentemente na mamãe, ou pode ser o contrário, uma mamãe que já possui algum tipo de infecção, pode passar isso para o bebê."

No dia 13 de setembro de 2014, com 35 semanas e 6 dias de gestação, amanheci muito bem, porém me sentindo bem mais úmida que o normal. No dia anterior, tinha dado uma mega faxina na casa, porque nunca havia me sentido tão bem disposta desde a descoberta da gravidez, e aproveitei para caprichar na limpeza porque há muito tempo não fazia isso. Porém, logo percebi muita umidade, a ponto de trocar de calcinha por 3 vezes e em minutos estar tudo molhado novamente. Liguei para uma amiga e fomos ao pronto socorro, pois era um sábado e minha médica não atendia. Antes de sair de casa, identificamos o edredom que eu havia dormido também molhado, e pensamos até que a bolsa tinha rompido durante a noite eu não tinha sentido. Chegando ao hospital o médico me examinou, disse que o útero estava alto, fechado, ouviu minha bebê, disse que estava tudo bem, e que não havia necessidade de pedir uma ultra de emergência, mas que se eu quisesse, poderia procurar uma clínica para fazer a ultra na segunda-feira. Eu continuei insistindo, dizendo que não era normal toda essa umidade e ele dizia que era urina, mesmo eu explicando diversas vezes que não tinha cheiro, que era transparente, e eu nem sentia sair. Enfim, voltei para casa, com um pedido de ultra na mão, para marcar em alguma clínica na segunda-feira. Mas continuei perdendo líquido e a tarde deixei de teimosia e liguei para a minha médica, que me encaminhou para um hospital que fazia ultra mesmo nos finais de semana.
Foi aí que toda a preocupação que jamais pensei em ter, começou. Fizemos a ultra e realmente existia uma fissura na bolsa. Uma fissura na parte superior da bolsa, que deixava a água "vazar" dependendo do movimento que eu fazia e por esse motivo o vazamento não era tão grande e fez o médico não perecer a bolsa rota acreditar que estava tudo bem. Minha bebê estava quase sem líquido, pois eu vinha perdendo líquido desde a madrugada e não sei como não houve uma consequência muito pior, foi Deus!
Por isso é importante ficar alerta aos sinais de bolsa rota e se houver esses dois sinais é importantíssimo falar com seu obstetra.
  • Umidade em excesso
  • Abaixamento repentino da barriga

A bolsa rota pode ou não ter trabalho de parto. Ela deve ser tratada com antibióticos caso o prazo para o parto acontecer seja além de 24 horas.Aliás qualquer caso com bolsa rota ou rompimento total não deve passar de 24 horas para ser tratado a fim de prevenir infecção. O risco de infecção pode ser mais grave em casos de pouco tempo gestacional. A Bolsa Rota também pode acontecer no final da gravidez, mas aí o caso se torna mais simples, a antecipação do parto, caso necessário, não é necessariamente um problema como em casos de bebês prematuros. 
O tipo de conduta necessária é específica para cada caso e depende da idade gestacional, da presença ou não de contrações uterinas ou de infecção associada. Pode necessitar de intervenção, resultando no nascimento prematuro do bebê, ou pode ser expectante, o que implica na vigilância de parâmetros indicadores de infecção.
É feito acompanhamento ambulatorial com orientações e exames de sangue periódicos para detectar precocemente qualquer indício de infecção. Após 34 semanas de gestação completas, o parto pode ser induzido. Pode-se segurar a gestação com uso de antibióticos, mas como disse, a conduta é específica para cada caso.
Para esperar ou induzir um trabalho de parto é sempre necessário avaliar o bem estar fetal na nova situação. Esta avaliação pode ser feita simplesmente escutando os batimentos cardíacos fetais através do sonar ou de um registro gráfico como a cardiotocografia.
Se sentir umidade demais na calcinha, troque-a e veja quanto tempo ela demora para ficar molhada novamente. 
No meu caso, não passavam-se nem 4 minutos.
Apesar da Allice ter nascido quando estávamos entrando na 36ª semana, era um pouco cedo para ela nascer. Ela nasceu pesando 2,595 kg e 45 cm, e teve que ficar internada por 9 dias, pois nasceu com dificuldades respiratórias pois como demoramos a realizar o parto e havia necessidade da interrupção da gestação, por não ter descoberto logo a bolsa rota, ela engoliu líquido amniótico e chegou a entrar em sofrimento. Nasceu roxa, foi direto para o oxigênio e nem pude vê-la ao nascer, da sala de parto foi direto para UTIN (UTI Infantil) onde ficou tomando antibiótico para evitar possíveis infecções, Após alguns dias do nascimento, fizeram uma pulsão lombar (onde se retira o líquido da coluna para verificar se há infecção) e, graças a Deus, foi constatado que não havia tido infecção, e nem tinha mais risco de tê-la.
Após 9 dias, fomos liberadas para casa, mas tudo isso poderia ser evitado, se a bolsa rota fosse diagnosticada em pouco tempo, talvez desse até tempo de começar com o tratamento.
Portanto, fiquem de olho! Muita umidade não é normal! Caso aconteça, peçam ao GO de vocês uma ultrasonografia, a fim de verificar a quantidade do líquido amniótico e evitem muitos problemas!
Não façam como eu, que fiquei sem jeito de telefonar para a minha médica no final de semana! Qualquer sinal de bolsa rota, liguem, mesmo achando que é normal toda essa umidade, ou se alguém falar que é urina, não tenham vergonha e procurem fazer uma ultrassonografia para veirificar a quantidade do líquido da bolsa, pois quanto mais rápido a bolsa rota é descoberta, maior as chances de tratamento, sem precisar fazer um parto prematuro.
Como diz o ditado: "É melhor prevenir do que remediar!".

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"Nunca houve no mundo duas opiniões iguais, nem dois fios de cabelo ou grãos. A qualidade mais universal é a diversidade." (Michel de Montaigne)

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